Moagem perfeita
Como escolher o moinho Ideal para o seu café
Escrito por Benvindo Pires, Barista do Centro de Ciência do Café
Atualizado no dia 14 de abril de 2025
A resposta é simples.
O café é um produto bastante sensível que perde qualidade em contato com oxigénio, humidade, luz solar e com o tempo, por isso, manter o café em grão até ao último momento é essencial para preservar a sua frescura.
Hoje em dia existem muitas opções no mercado, o que pode dificultar a vida do consumidor, e muitas dúvidas podem surgir neste momento.
Para uso profissional são recomendados moinhos elétricos com mós metálicas, oferecem mais fluidez no serviço e maior durabilidade, podem ser adequados para expresso, café filtro ou ambos.
Para uso doméstico, a diversidade aumenta.
As opções mais acessíveis serão os moinhos de laminas, estes equipamentos são elétricos e práticos de usar, existem modelos com capacidade de moer até 50gr, porém, embora possam ser a primeira escolha para muitas pessoas, não são a melhor opção no que toca á qualidade da moagem. Por não terem mós, mas sim, laminas, são moinhos que acabam por triturar os grãos de forma aleatória e sem precisão. Neste caso, controlamos apenas o tempo de moagem e a granometria do grão com análise visual.
Existem também moinhos manuais, como o "Hario Slim" ou o “Hario Skerton”, equipamentos construídos especificamente para moer café e que oferecem mais consistência e qualidade na moagem. Estes exemplos são moinhos “entrada de gama” de fácil utilização e manutenção e que quase não geram desperdício. Estes são construídos em plástico e com mós de cerâmica, e, embora sejam mais frágeis, são mais baratos e uma ótima escolha para começar a usar café em grão. São mais indicados para cafeteiras filtro e café de torra média ou mais escura.
Ainda falando dos moinhos manuais, podemos optar por um investimento maior mas mais seguro e duradouro. A principal diferença será o material de construção das mós, mós metálicas são mais caras, mas mais resistentes, tal como o “ corpo” do moinho, quanto melhor e mais resistente o material, maior será a sua vida útil. Algo que pode tornar o produto final mais caro são as opções de ajuste de moagem, geralmente, quanto mais opções tiveram, mais caros serão. Por terem maior resistência, as mós metálicas permitem nos usar cafés de torra mais clara com mais facilidade.
Os moinhos manuais tem algumas vantagens, são mais baratos, não precisam de energia elétrica, permitem fazer moagens específicas e ajustadas a diferentes métodos de preparo, são silenciosos, portáteis e não geram desperdício nem sujidade.
Porém, nem tudo são vantagens. Requerem mais trabalho manual por parte do utilizador e são mais limitados em quantidade de café (de 15gr até 30gr), logo, nem sempre são a opção mais prática.
Os moinhos manuais mais são recomendados para café filtro, porém, existem algumas opções para expresso, e dependendo da possibilidade de cada um, podemos optar por moinhos elétricos, uns adequados para café filtro, como “Hario V60”, outros com possibilidade de moer para expresso e com mais precisão como, “Fiorenzato AllGround”. Neste caso o investimento é maior e requer mais manutenção e cuidado.
Os moinhos elétricos também têm as suas vantagens e desvantagens.
São mais práticos e rápidos de utilizar, geralmente têm mais opções de ajuste, são precisos e têm capacidade de moer mais quantidade de café. Contudo, são mais barulhentos, geram mais desperdício e sujidade, necessitam energia elétrica e são mais caros.
Então qual é o moinho que devo comprar?
Esta já não é uma resposta tão simples, mas o que importa realçar é que a escolha ideal depende do utilizador, da sua possibilidade e necessidade.
“Fina, média ou grossa. Expresso ou filtro, tudo importa”